sábado, 3 de outubro de 2009

O Tempo

Esse é um texto que eu havia publicado em meu antigo site. Como não faço a menor idéia de quando poderei reativá-lo, republico o texto aqui.

É incrível como, mesmo fazendo mais de um ano que eu o tenha escrito, continua atual.

O Tempo

“Antes de existirem os relógios, todos tinham tempo. Hoje em dia, todos têm relógios”. Não sei a autoria dessa frase, nem lembro onde a li, mas a tenho repetido com freqüência ultimamente. E me considero um típico exemplar do que ela representa.
É incrível como nos tornamos escravos do relógio e, pior, achamos isso natural. É comum ouvirmos diálogos como: “Fulano, há quanto tempo não nos vemos?” “Pois é, estou numa correria só, não tenho tempo pra nada…”. Aliás, eu mesmo digo isso com muito mais freqüência do que gostaria. No meu caso, ainda tem um agravante: como sou autônomo, costumo complementar a frase com animado “mas autônomo deve dar graças a Deus quando não tem tempo, pois isso significa que não falta serviço!”. {Atualizando: não sou mais (só) autônomo] Pensando melhor na frase, chega a ser irritante pra mim mesmo. Imagino então pra quem ouve, que deve pensar que sou viciado em serviço (ou, como dizem por aí, um workaholic, mas odeio expressões americanizadas). Estou longe disso, mas que deve dar a impressão, ah, isso deve dar! Vivemos numa sociedade de frases prontas e impensadas. E por quê? Muitas vezes, porque copiar frases, ao invés de pensar no que ouvimos e falamos, economiza tempo.
O bom/mau uso do tempo é algo que me preocupa. Sou casado e ainda não tenho filhos, mas quero aprender desde agora a administrar meu tempo, de forma que, quando os tiver, saiba aproveitar melhor o tempo ao lado deles. Tenho muito medo de me atrapalhar com minhas atividades e desperdiçar um precioso tempo que poderia ser passado com minha esposa, por exemplo. Procuro aproveitar bem cada segundo ao lado de minha família, pois nunca sei quando, de repente, um cliente me chame com urgência e eu precise sair correndo para atender. Não reclamo disso, afinal, é minha profissão e trabalho com informática por gostar. Apenas me preocupo em aproveitar cada momento e nunca, em hipótese alguma, misturar o lado profissional com o pessoal.
Outro aspecto dessa guerra com o relógio é a superficialidade das relações humanas. As pessoas deixam de se conhecer melhor, de aproveitar a companhia um do outro, de ouvir as experiências de seu interlocutor, porque falta tempo. As visitas, quando existem, são quase sempre comerciais ou sociais, e não mais afetivas. Ou seja, falta tempo até pra ver quem gostamos.
Segundo Stephen Hawking, famoso físico inglês, o tempo só existe porque há alguém pra observar, senão, não seria uma grandeza mensurável. Tudo bem, é difícil aplicar física avançada em nosso dia-a-dia, mas não deve ser tão difícil assim esquecer do relógio um pouco. Não estou pregando a irresponsabilidade ou a falta de pontualidade, muito menos uma vida desregrada, sem horários pra nada. Só acho que, se nos concentrássemos mais nas atividades (pessoais ou profissionais), e menos no tempo que levamos para executá-las, renderíamos mais, pois nos pressionaríamos menos. E, claro, sobraria mais tempo!
Então, menos cobrança a nós mesmos e mais aproveitamento do tempo. E aproveitar o tempo não é fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas sim curtir melhor o que estamos fazendo.
Agora, chega de falar de tempo, pois preciso atualizar as outras seções do site. Demorei pra atualizar porque estava sem tempo… Caramba, preciso reservar um tempo pra me corrigir!
Marcio Silva
17/06/2007

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